Dare to love

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© Imagen de Paula Bonet

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Morreste-me



 
Que me rasguem o peito e substituam o meu coração por um sintético ou acrílico. Porque há dias em que a tortura de ter um coração partido é mais difícil de suportar.
Que mo arranquem a bofetadas, que se vá embora, pois não quero sentir. Até a máscara que coloquei já infectou com dor e chora em silêncio quando estou meio adormecida.
Morreste-me. E não pude despedir-me de ti, nem abraçar-te, nem mentir-te dizendo-te que tudo ia correr bem, como se alguma vez o pudesse saber. Menti-te sem saber, mas não te pude mentir dizendo que tudo correrria bem. Quero acreditar que tudo correu bem depois de nos deixares, mas menti-te sem saber quando falamos a última vez, disse-te que nos veríamos em breve sem saber que não nos veríamos de novo. Não nos vimos. Não te vi, não te abracei pela última vez. E, esse meu abraço permanece inerte no vazio agora (e para sempre).
Que levem o meu coração para longe, ou que o adormeçam.
Morreste-me. E não te pude dizer inocentes mentiras de amor nem adeus.
Morreste-me sem nos termos visto "em breve".
Morreste-me.
Foste-te embora cedo demais. Fazes-me(nos) falta.

Dedicado à Tânia Pereira.

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